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Exterogestação, você sabe o que é?

  • Foto do escritor: Dra. Ana Paula Melo
    Dra. Ana Paula Melo
  • 14 de jun. de 2020
  • 3 min de leitura

Tema relativamente novo, baseado nas teorias de alguns antropólogos e difundido por alguns pediatras norte-americanos (Dr Harvey Karp, é um deles). A explicação recai “como uma luva” nesse período de transição.


EXTEROGESTAÇÃO = gestação fora do corpo.


É como um 4º trimestre de gestação, mas agora do LADO DE FORA DO CORPO (mas há quem defenda que dure mais de 3 meses). Se compararmos com outros bebês mamíferos, somos muito DIFERENTES. A maioria dos mamíferos já nasce com várias funções neurológicas COMPLETAS. Alguns já nascem e são capazes até de ANDAR, mas o ser humano sequer sustenta o pescoço.


Os marsupiais, sendo o mais conhecido o CANGURU, tem um período curtíssimo de gestação dentro do útero (30-39 dias), e como não possuem placenta, eles migram para o marsúpio (aquela bolsa, que é uma espécie de dobra de pele). Lá eles ficam acoplados à mama e seguem seu crescimento também fora do útero (cerca de 200 dias). Depois começam a sair para explorar, mas voltam. E quando não cabem mais continuam apenas mamando.


Nós seres humanos que temos o desenvolvimento de uma placenta muito efetiva, uma explicação é que: se esperássemos a maturidade neurológica se COMPLETAR, o bebê já estaria MUITO GRANDE PARA NASCER (para passar pela bacia da mulher). Então temos que nascer IMATUROS neurologicamente e completar essa maturidade e desenvolvimento fora do corpo humano.


Por isso é IMPORTANTE entender que o bebê que chora e que quer ficar no colo, nada mais é que um BEBÊ NORMAL, imaturo neurologicamente, mas plenamente normal. Ele não é um bebê tirano, que veio ao mundo para te fazer ficar acordando 10 vezes durante a noite por pura maldade no coração. Ele não vai ficar mimado porque você o acolhe sempre que ele solicita.


Temos exceções? Sempre! Cada bebê é ÚNICO. Tem bebê que dorme a noite toda desde sempre? Sim! Eles existem e estão por aí, não são tão raros quanto unicórnios...


A ideia básica é tentar simular as condições que o bebê estava acostumado a viver por quase 9 meses.


BARULHOS

O ambiente do útero não é silencioso, o barulho do funcionamento do corpo e principalmente da artéria uterina são constantes. Então é comum que aqueles barulhos brancos (secador, sons de shuuuuu) acalmem o bebê. E claro que a voz da mãe também lhe é familiar.


CHORO

É a única forma de manifestar suas emoções ou desconfortos. Bebês choram e devem ter essa liberdade para chorar e devem ser consolados sempre que precisar. Não entenda o choro como uma forma de provocação, bebês são puros de coração, eles só querem estar seguros com o conhecido.


CONTATO

Durante os 9 meses ele teve seu corpo em contato com água quentinha (líquido amniótico) e a falta de contato pode causar muita estranheza. Estratégias como o SLING, enrolar o bebê e banho de ofurô podem ser extremamente relaxantes para o bebê. Mas nada supera o colo.


LIVRE DEMANDA / SUCÇÃO NÃO NUTRITIVA

No útero o bebê era nutrido pelo cordão umbilical a todo momento, bebia o líquido amniótico a hora que queria e colocava as mãos na boca constantemente. Por isso a necessidade da livre demanda e da sucção não nutritiva. Esquece aquela história de leite fraco.


MOVIMENTOS

Quem nunca saiu de carro para o bebê adormecer? No útero ele estava sendo embalado o tempo todo, mesmo quando a mãe dormia, ela se virava de um lado para o outro. Por isso quando o bebê é embalado/ninado, adormece mais fácil. E quando é colocado no berço acorda rápido.


REDE DE APOIO

Sem ela é humanamente impossível viver tudo isso. Ainda mais porque a mãe está passando pela fase do puerpério, que pode ser uma fase muito difícil. Tudo o que ela não precisa ouvir são questionamentos sobre sua maternidade (ela já faz isso sozinha, ao menos 10 vezes ao dia em seus pensamentos).


RESUMO

É uma fase onde não devemos exigir que o bebê tenha os mesmos comportamentos e ritmos que nós adultos temos. Com amor e acolhimento, ele vai chegar lá, mas no tempo dele. Então respira fundo, se cerque de informação e pratique o mantra da maternidade: vai passar!


Com carinho, Dra Ana Paula

 
 
 

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